A pandemia da Covid-19 mudou a forma como vivemos durante o ano de 2020, e a população nutria esperanças de que o confinamento ajudasse a diminuir os níveis de dióxido de carbono na atmosfera, responsável pelo efeito estufa e doenças cardiorrespiratórias, através da poluição do ar.

No entanto, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), revelou nesta segunda-feira, 23, que a concentração do gás continuou a aumentar durante o ano. A agência da ONU (Agência da Organização das Nações Unidas) registrou em 2019 um aumento considerável que atingiu 410 partículas por milhão. Em 2020, a parada dos comércios, indústrias e serviços não reduziu os níveis recordes de gases de efeito estufa.

Entretanto, dentro do período do confinamento, segundo o boletim, a emissão diminuiu cerca de 17%. A OMM considera que a redução anual desse ano pode chegar entre 4,2% e 7,5%. Mas qualquer impacto nessas concentrações não supera as flutuações normais de ano a ano no ciclo do carbono e nem a alta variabilidade natural nos depósitos naturais de carbono como a vegetação.

O secretário-geral da organização, Petteri Taalas, ainda mantém esperanças em uma futura diminuição: “A queda das emissões relacionada com o confinamento representou apenas um pequeno ponto na curva de longo prazo, que devemos achatar de forma continuada”, explicou.

Para ele, a pandemia não é uma solução, mas provisiona “uma plataforma para uma ação climática mais sustentada e ambiciosa para reduzir as emissões a zero por meio de uma transformação completa dos sistemas industriais, de energia e de transporte”.

A última vez que a Terra apresentou uma quantidade similar de gás carbônico foi entre 3 a 5 milhões de anos atrás, quando a temperatura estava entre 2° a 3° C mais quente e o nível do mar 10 a 20 metros maior do que hoje. Porém, na época não havia 7,7 bilhões de habitantes.

Laryssa Cristiny | TV Contexto